Desempregado há um ano conseguiu trabalho na Suíça em 15 dias

 

A crise levou o engenheiro civil António Tomás para o desemprego há quase um ano. Sem conseguir trabalho em Portugal, foi para a Suíça e em 15 dias conseguiu um contrato: começa para a semana.

«Estou desde Maio do ano passado desempregado. Enviei imensos currículos e nem respostas 'sim ou não' obtive», conta à Agência Lusa o português de 35 anos.

Em Agosto do ano passado, António Tomás decidiu ir tentar a sorte na Suíça, onde tem família, mas a maior parte das empresas estava de férias e não teve «receptividade».

Em Setembro regressou a Portugal, onde tentou a sorte no interior do país, mas «foi muito difícil».

«Se não fosse a ajuda da família não teria sobrevivido para pagar as despesas de casa e de carro que tenho. Foi muito complicado», assegura.

No final de Março decidiu tentar novamente a sorte na Suíça, onde entregou directamente o currículo nas empresas.

«Estou aqui há 15 dias. Fui a duas entrevistas e numa delas deram-me uma oportunidade. Vou começar para a semana dentro da área da construção civil», diz à Lusa.

A empresa vai ainda dar-lhe uma formação intensiva de francês para dominar melhor a língua que terá de utilizar no trabalho, que é «similar ao que estava a fazer em Portugal».

«Estão a dar-me uma oportunidade que não tinha em Portugal neste momento. É um país que vale a pena. Tem uma condição social que ainda prevalece», afirma.

Também a nível salarial a situação é «muito satisfatória».

«Dá condições de podermos ter uma família aqui com esse salário, mesmo sem a mulher estar a trabalhar», garante.

Levar para a Suíça a mulher, ex-funcionária pública também desempregada, e a filha é o objectivo de António Tomás, assim que «tiver condições para ter um apartamento».

Ter a família junto de si é também uma mais valia junto da empresa para onde vai.

«Perguntaram-me logo se a intenção era trazer a família. Querem que esteja presente porque consideram que um empregado que tenha a família por perto está melhor psicologicamente», diz.

Sublinhando que não sabe se «foi sorte ou não», António Tomás aconselha todos os jovens a «não hesitarem».

«Se tiverem uma oportunidade saiam. Gosto muito do meu país, mas infelizmente.», refere.

O engenheiro civil conta também que ainda tentou montar um pequeno negócio em Portugal, mas «as portas fecharam-se».

«Os impostos necessários e as exigências são tantas que, mesmo que a gente tenha ideias, ficamos à margem», lamenta.

«Tenho pena porque estudei aí, cresci aí e acho que é um país que tem uma valência muito grande se tiver políticos à altura», conclui.

in: Sol

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